quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Janio de Freitas: Por que sem fato novo só agora as acusações contra Cunha passaram a ser motivo para Moro prendê-lo?

Janio de Freitas: Por que sem fato novo só agora as acusações contra Cunha passaram a ser motivo para Moro prendê-lo?










Catálogo de nomes de Cunha pode favorecer sua situação
A Lava Jato sabe pouco sobre Eduardo Cunha. Há 26 anos no mercado das transações marginais, e reconhecido com justiça como um dos seus mais prolíficos, versáteis e duros operadores no setor público como no privado, não o honra a pequena lista de motivações que Sergio Moro conseguiu para ordenar sua prisão. Sua longa e destacada atividade no mercado é que faz de Eduardo Cunha um caso especial, como mais um preso sujeito à coação da cadeia praticada na Lava Jato.
A quantidade e a variedade de pessoas e casos que o novo preso poderia expor não têm similar na Lava Jato. É provável que parte dos casos esteja prescrita, para efeito judicial, mas continua sugestiva de linhas de negócios ilegais e parceiros. Quem está sujeito a citação não ficou temeroso agora, com a prisão de Cunha. Há meses era antevista a possibilidade da ordem de Moro. Daí duas questões que a prisão suscita.
Não é incomum a opinião de que o catálogo de casos e nomes denunciáveis favoreça a situação de Cunha. Se não por influências externas sobre o seu inquérito, para delimitá-lo, poderia pelo modo de ação da própria Lava Jato. Tanto porque o grupo de procuradores e policiais federais evita, até onde consegue, temas e nomes alheios à sua prioridade absoluta, que são Lula e o PT; como por ser ignorada e temida a dimensão do desarranjo que Eduardo Cunha pode causar. A ventania tóxica se estenderia até para o hemisfério norte.
A questão transborda para outra. Cunha tinha consciência do risco de prisão (dizia-se que tinha até uma valise pronta, como se fazia na ditadura). Sabia das condenações que o espreitam. Conhecia o método de coerção para obter delações, adotado na Lava Jato e recomendado por instrutores dos Estados Unidos. Apesar disso, não foi para o exterior, para um país sem tratado de extradição com o Brasil.
Eduardo Cunha é um planejador obsessivo dos próximos passos. E esperou meses pela decisão de Moro, sem qualquer ato interpretável como desejo de fuga. Deixou em mistério os motivos da atitude própria de uma pessoa despreocupada, com a vida em ordem, entre os comuns. Mas que houve motivos para estar ou mostrar-se assim, o mais adequado é não duvidar.
Moro, no entanto, incluiu risco de fuga na relação de itens para a prisão. E também a possibilidade de ruptura da ordem pública. Como e por que, nem sugeriu. No mais, só as acusações e indícios que, ao longo de mais de um ano, não pareceram ao juiz serem casos de prisão. O que de repente, sem fato novo, passaram a ser. Mas não por causa de Eduardo Cunha. Ou do seu catálogo.
MAIS UM
Gilmar Mendes faz escola. Luiz Fux precipita, publicamente, sua opinião no caso, “sub judice”, de possíveis irregularidades financeiras na campanha da chapa Dilma-Temer. Acha que os dois são separáveis, o que livraria Michel Temer da ameaça de perder o mandato.
Luiz Fux esqueceu de explicar, sendo a responsabilidade só de Dilma, como e por que a prestação de contas para a Justiça Eleitoral é assinada pelos dois.
Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/janio-de-freitas-por-que-de-repente-sem-fato-novo-so-agora-as-acusacoes-contra-cunha-passaram-a-ser-motivo-de-prisao.html

Bohn Gass: Trancafiar apenas o Cunha não salva a credibilidade da Lava Jato

Bohn Gass: Trancafiar apenas o Cunha não salva a credibilidade da Lava Jato








Prisão de Cunha faz tremer o Planalto, não salva a Lava Jato
por Elvino Bohn Gass* 
Eduardo Cunha está na cadeia. As provas colhidas contra ele no âmbito da Operação Lava Jato já justificariam seu encarceramento. Mas Cunha tem dupla cidadania, dinheiro no exterior e poderia, sim, fugir do país. Então, mais justificada, ainda, está sua prisão.
Agora, a única forma que Cunha tem de livrar-se, ao menos em parte, da montanha de acusações (e das várias provas) que já existem contra ele, parece ser a delação premiada. E se Cunha falar, derruba o governo Temer. Afinal, como confessou Romero Jucá (PMDB-RR) na famigerada conversa gravada por Sérgio Machado, “Michel é Cunha”. Ali, ficou-se sabendo que os dois agiam combinadamente. Porque tinham os mesmos interesses e porque sabiam os podres um do outro. Eles articularam e executaram juntos o golpe contra Dilma.
Pior e mais grave: não se trata apenas de Michel e Eduardo, mas de toda a cúpula do PMDB. Sim, o próprio Jucá é Cunha, Moreira Franco é Cunha, Eliseu Padilha é Cunha e Geddel Vieira de Lima é Cunha.
Ou seja, o centro do governo Temer é todo Cunha. Como também o são as dezenas de parlamentares que viviam sob suas asas, os que o elegeram presidente da Câmara e o bajularam enquanto ele detinha poder para manobrar votações e pautas-bomba gerando a crise política artificial que paralisou o governo Dilma. Por tudo isso, desde que foi cassado, Cunha tornou-se uma bomba que a prisão, agora, pode fazer explodir.
Mas não se pense que a Operação Lava Jato deixou de ser seletiva apenas por que levou um figurão do PMDB à cadeia.
Afinal, as razões agora alegadas para trancafiar Cunha já estavam postas há muito tempo. Aliás, a demora nesta prisão que as evidências insistiam em exigir, só fez retirar ainda mais dessa operação sua credibilidade.
Por que, afinal, o juiz Sérgio Moro gastou tanto tempo com ações pirotécnicas, conduções coercitivas abusivas e até vazamentos ilegais, antes de prender Cunha? Será porque a credibilidade da Lava Jato está em baixa depois que atores famosos se recusaram a viver o papel de Moro numa série da Netflix? Ou será porque a operação esteja preparando mais uma ação espetaculosa que necessite de algum crédito para minimamente justificá-la?
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/bohn-gass-prisao-de-eduardo-cunha-nao-salva-a-credibilidade-da-lava-jato.html

terça-feira, 17 de maio de 2016

Carina Vitral, presidenta da UNE: Educação não cabe no orçamento de Temer

Agressão diária da mídia e do governo aos blogs é a nova tara golpista

Por Miguel do Rosário

Agressão diária da mídia e do governo aos blogs é a nova tara golpista